Palavras avulsas

Eles ...
eles ... passarão ... e eu passarinho :-)

Viver é
voar nas incertezas.

Ás vezes
sou tão misterioso que não me entendo.

Comédia é
simplesmente uma forma engraçada de ser sério.

Será verdade que
o coração tem mais quartos que uma "casa de putas"?

Pois é verdade que
não há atalhos fáceis para os lugares que vale a pena visitar.

Quando
um dedo aponta para o céu, o tolo olha para o dedo e o sábio olha para o céu.

Deixem-me
viver no "país do acreditar" ao qual apelido de "NeverLand".

Se
os dias parecem todos iguais, é sinal que deixei de entender as coisas boas que aparecem na minha vida.

Conheço
os meus limites, mas nunca os aceito.

O fracasso
é a oportunidade de começar tudo de novo de uma forma mais inteligente.

Quando
me movo para lá do medo, sinto-me livre.

O sexto sentido

Além dos cinco sentidos que uso habitualmente no dia-a-dia, o sexto sentido talvez seja o sentido mais importante.

Também conhecido como intuição, pressentimento, ou chamado simplesmente de “percepção estranha” que conforta ou desconforta a respeito das escolhas que tomo num determinado momento.

A forma como utilizo esse sentido é: “Não fazer nicles”! É simplesmente SER o que sou. Resume-se a interiorizar um estado de total vagabundice. Não fazer nada, não pensar, não julgar, apenas SER.

Passar os dias e noites a FAZER milhentas coisas, produzindo muito, são coisas brutalmente valorizadas na nossa sociedade materialista. Não há dúvida que o FAZER leva ao TER, e que o TER não pode ser desprezado! Mas, existe algo mais para além do FAZER e TER?

Existe o SER! SER é apenas SER, é exercitar somente a qualidade do SER, sem nada FAZER, sem nada TER; não pensar, não TER razão, simplesmente estar consciente e SER consciente.

É à qualidade do SER que pertence o sexto sentido!

O sexto sentido não é um pensamento, é uma percepção interna que se dá no coração, é um aviso não racional. Quando estou em sintonia com o SER, descontaminado da natureza “inteligente” da lógica, fico em contacto com a sabedoria.

A amizade é mesmo assim...

Pode ser que um dia deixemos de nos falar...

Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein

Can't Repeat


The Offspring - Can't Repeat

Frases escritas por uma Andorinha

"Bom Dia Alegria, Sorri a Vida e feita de sorrisos e de bons momentos..."

"AMO a VIDA. Quando me levanto salto da cama e sorrio porque estou VIVA. E isso é BOM."

"Tenho medo do passado, onde moram as tristezas, e as duras perdas, anseio e luto por um presente risonho, e suspiro por um futuro com muita Felicidade. Por isso ARRISCO..."

"One night I will say to it: Heart, be still. And it will.
Gosto desta frase... mas no dia em que fôr capaz de a dizer... é porque morri..."

Richard Bach escreveu...

Nunca haverá alguém que seja dono de qualquer coisa além de seus próprios pensamentos. Através dos tempos jamais conseguiremos conservar a posse de gente, lugares ou coisas. Podemos até caminhar um pouco com eles, mas mais cedo ou mais tarde tomaremos posse apenas do que é nosso, do que aprendemos e como pensamos. E seguiremos separadamente nossos caminhos solitários.

Richard Bach

És conduzido através do teu tempo de vida pela criatura interior que aprende, o ser espiritual brincalhão que é o teu verdadeiro eu. Não recuses possiveis futuros antes de teres a certeza que não tens nada a aprender com eles. És sempre livre de mudar de ideias e escolher um futuro diferente ou um passado diferente.
Richard Bach

Sou um mero espectador da vida, que não tenta explicá-la. Não afirmo nem nego. Há muito que fujo de julgar os homens, e, a cada hora que passa, a vida me parece ou muito complicada e misteriosa ou muito simples e profunda. Não aprendo até morrer - desaprendo até morrer. Não sei nada, não sei nada, e saio deste mundo com a convicção de que não é a razão nem a verdade que nos guiam: só a paixão e a quimera nos levam a resoluções definitivas.
O papel dos doidos é de primeira importância neste triste planeta, embora depois os outros tentem corrigi-lo e canalizá-lo... Também entendo que é tão difícil asseverar a exactidão dum facto como julgar um homem com justiça. Todos os dias mudamos de opinião. Todos os dias somos empurrados para léguas de distância por uma coisa frenética, que nos leva não sei para onde. Sucede sempre que, passados meses sobre o que escrevo - eu próprio duvido e hesito. Sinto que não me pertenço...É por isso que não condeno nem explico nada, e fujo até de descer dentro de mim próprio, para não reconhecer com espanto que sou absurdo - para não ter de discriminar até que ponto creio ou não creio, e de verificar o que me pertence e o que pertence aos mortos. De resto isto de ter opiniões não é fácil. Sempre que me dei a esse luxo, fui forçado a reconhecer que eram falsas ou erróneas.


Raul Brandão - Se Tivesse de Recomeçar a Vida

Caminhar entre o alvo e a seta

Gosto das pessoas, principalmente daquelas que vivem a vida divertidas, sorridentes e optimistas, mesmo tendo de enfrentar problemas gravíssimos. Estas pessoas não nasceram exactamente assim, mas aprenderam, cresceram e amadureceram para serem desta forma. Ao contrário do que muitos asseguram, isto não é uma condição, mas acaba por ser uma vontade!

Costumo ser uma dessas pessoas e os meus segreds para continuar a perseguir essa vontade são: tentar ser tolerante, desdramatizando os meus contratempos, as minhas atitudes excessivas e acima de tudo os infindáveis erros: tanto os meus como os dos outros. Isto leva-me a ter de lidar com pessoas que nada sabem sobre mim, mas que gostam bastante de mim quando estou bem, e isso é demasiado fácil. O difícil (e mais verdadeiro) é gostarem, ainda mais, quando não estou ...

Sinto um prazer enorme em tentar conhecer e conviver com o lado menos visível, tanto o meu como o das pessoas que realmente me interessam, pois o lado alegre é quase sempre sedutoramente enganador. Adoro gostar daqueles que também gostam de mim, digamos que incondicionalmente...

Tipo, quando estou mesmo bué fornicado com a vida, tás a ver, tipo, essa cena bué deprimente tipo apetecer-me bué explodir, tipo, tás a ver? bué! tipo... Quando as insulto bué momentaneamente e elas retribuem com um sorriso de compreensão bués de generoso, tipo, tás a ver? bué! tipo... Quando sou um perfeito selvagem sem causa e me apetece "espingardar" bué para todas as direcções, Tipo... COMPREENSÃO BUÉS INCONDICIONAL "NO MATTER WHAT..." :-)


"E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso,
Traçava venenos.
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro.
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta"

(Pedro Abrunhosa)

Mudam-se os tempos


Viver é desenhar... sem borracha

Por vezes deparo-me com o dilema de não saber se será correcto ter uma atitude pro-activa e continuar a tentar, ou se seria preferível ficar à espera do que a vida tem para me oferecer. O tentar pode ser excitante e repleto de mistérios, mesmo porque acredito à partida que aquilo que tiver de acontecer, acontecerá.
Costumo ser corajoso e impulsivo, mas ultimamente sinto-me cobarde, desgastado, e vulnerável. Não quero ferir, nem ficar ferido... quero apenas estar em paz. O tentar pode vir a ser um martírio, mas o não tentar também. Acabo por ficar mesmo nada em paz. Não quero envolver-me numa dúvida terrível e ferir-me na mesma porque queria ter tentado e não o fiz... Por isso, vou tentar de novo em vez de ficar triste e a remoer em ilusões passadas e que cada vez mais considero impossíveis ...

As ilusões são tão necessárias quanto a vida. Adoro viver de ilusões, pois mesmo quando me perco numa ilusão, aprendo lições mais importantes do que quando encontro uma verdade absoluta. A ilusão é uma questão de sobrevivência pois é ela que sustenta a alma das pessoas. Os grandes artistas são aqueles que mostram à humanidade a sua ilusão particular. Para mim, a realidade é apenas uma ilusão, ainda que muito persistente. A minha maior ilusão é acreditar que sou o que penso ser.

“When we walk to the edge of all the light we have and take the step into the darkness of the unknown, we must believe that one of two things will happen: there will be something solid for us to stand on, or we will learn to fly.”

Qual o sentido da Vida?


Cemitério de Pianos

À procura, procura o vento. Porque a minha vontade tem o tamanho de uma lei da terra. Porque a minha força determina a passagem do tempo. Eu quero. Eu sou capaz de lançar um grito para dentro de mim, que arranca árvores pelas raízes, que explode veias em todos os corpos, que trespassa o mundo. Eu sou capaz de correr através desse grito, à sua velocidade, contra tudo o que se lança para deter-me, contra tudo o que se levanta no meu caminho, contra mim sempre. Porque a minha vontade me regenera, faz-me nascer, renascer. Porque a minha força é imortal.


José Luis Peixoto

Coisas que eu sei

Certo dia disse-te que a verdadeira amizade não se pede, mas conquista-se!
A distância do oceano que nos separa faz com que a "paixão" esmoreça rapidamente. Desta vez, sinto que nos tornámos finalmente amigos para além de...amantes egoístas.
Obrigado por me fazeres sentir feliz, obrigado pelas mensagens e obrigado pelas músicas.
Não nos amamos, mas nunca te esquecerei :-)




Danni Carlos - Coisas que eu sei

Luiz Pacheco

O Luiz Pacheco foi provavelmente o maior "filho da puta", a pessoa mais corrosiva e intratável que existiu. Sarcástico, irreverente e polémico, sempre teve a capacidade de dizer mesmo tudo o que pensava, independentemente das consequências...

Adoro o seu lema que era mais ou menos isto: “Vai até onde não puderes”.

Ele foi muito além disso ... foi .... até mesmo onde não podia :-)



Vejam no link que se segue alguns dos artigos e entrevistas do Luiz Pacheco no Portal oficial não-oficial.

Frases soltas

Queria ser peixe ... Para ter memória de 3 segundos.

Eu não evoluo, viajo!
Fernando Pessoa

Mágoas não se afogam. Nadam como umas loucas!

Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional.

Ouvi, li, senti algures…
O amor é muita coisa, mas também é um paradoxo cruel. E engana-nos duas vezes em relação aos seres que amamos: em seu favor primeiro, em seu detrimento, mais tarde.

Ganham-se mais batalhas com o sorriso do que com a espada.
Shakespear

Só o que sonhamos é o que verdadeiramente somos porque o mais, por estar realizado, pertence ao mundo e a toda a gente.
Bernardo Soares

Uma pessoa especial não passa de uma pessoa normal, que nós vemos com os óculos que inventam coisas especiais nos outros.
Bad Girl

O amor vai de dentro para fora. O ódio de fora para dentro. A dor de dentro para dentro, e a alegria de fora para fora.
Bad Girl

Auto-estima

Quem tem confiança na sua riqueza interior está muito menos dependente dos juízos emitidos pela sociedade e sente muito menos necessidade de corresponder à imagem estereotipada que lhe é imposta.
Ter auto-estima não é achar-se bonito, eficaz ou superiormente dotado. Isso é bazófia. A verdadeira auto-estima nasce de estarmos conscientes da nossa riqueza interior, de termos a honestidade de vivermos de acordo com o nosso sistema de valores e de aceitarmos os nossos erros. Quem possui uma auto-estima verdadeira não procura esconder as suas falhas nem impor os seus pontos de vista. Não teme ser posto em causa e é capaz de reconhecer que se enganou, com simplicidade e sentido de humor.

Tsering Paldrön

Interview With God



Interview With God

Sometimes it happens

And sometimes it happens that you are friends and then

You are not friends,
And friendship has passed.
And whole days are lost and among them
A fountain empties itself.

And sometimes it happens that you are loved and then
You are not loved,
And love is past.
And whole days are lost and among them
A fountain empties itself into the grass.

And sometimes you want to speak to her and then
You do not want to speak,
Then the opportunity has passed.
Your dreams flare up, they suddenly vanish.

And also it happens that there is nowhere to go and then
There is somewhere to go,
Then you have bypassed.
And the years flare up and are gone,
Quicker than a minute.

So you have nothing
You wonder if these things matter and then
As soon you begin to wonder if these things matter
They cease to matter,
And caring is past.
And a fountain empties itself into the grass.

Brian Patten

O Motor da Vida

A festa está fervilhando. Há pessoas de todas as proveniências com tipos de vidas completamente diferentes. Mas não importa quem elas são, apenas interessam a música alta, as luzes delirantes, as roupas de marca, os corpos arfantes, a anestesia alcoólica, as pupilas dilatadas e reluzentes. As mãos procurando por membros expostos, a fome buscando a carne fresca. Voltar para casa sem ninguém pode ser sinônimo de fracasso. É preciso ter molejo, é necessário consumir. Bebidas picantes, músculos rijos, ter histórias para contar depois. Para isso trabalhamos o ano inteiro. Para poder nos oferecer alguns dias de delírio e olvido após tantos meses de labuta desgastante. Os sorrisos plásticos estão colados às faces entre um gole e outro, os cheiros se mesclam como coquetéis tropicais e já não se sabe de onde vêm nem para onde vão. A angústia espasmódica lampeja nos olhares desatentos antes dela ser novamente camuflada pela euforia mecânica. As palavras deixam os lábios como bolhas que explodem no ar contra as palavras alheias. Todos falam, mas ninguém escuta ninguém. Não há tempo para isso. É imperativo rir aos cacarejos e provar que somos felizes. À medida que a noite passa dá para sacar quem já comeu quem, mas não quer repetir, quem vai comer quem, e querer esquecer logo depois, quem até gostaria de comer alguém, mas não pode, seja por falta dos atributos requeridos pela moda vigente, seja por uma indesejada companhia que está ao lado de fulano, que ele na verdade não queria ter levado à festa nem manter em sua vida, mas que tem que manter, por medo da solidão.
Tudo é sexo. Já dizia meu padrasto e ele tinha razão. O nascimento é a cabeça sendo expelida por uma vagina suculenta rumo a um mundo sexuado. Muito cedo as crianças começam a estudar e brincar com suas genitálias, apesar da insistência dos adultos para que estas permaneçam bem ocultas e intocadas. Mas se um dia alguém pensou que as roupas desviariam a atenção das partes baixas, estava muito enganado. Inúmeras pessoas se aprumam como pavões em busca de fêmeas. Elas querem agradar. Nós somos todos, de uma forma ou de outra, vampiros em busca de sangue. Queremos aprovação, reconhecimento, os olhares tatuando-se em nossas peles, queremos nos lembrar que existimos através do toque das mãos dos outros. Querer ser queridos faz parte da nossa odisséia. Toda criação humana é a energia sexual se manifestando rumo ao louvor alheio. E até mesmo aqueles que abdicam do sexo que se faz vivem o sexo inexplícito das crenças e dos objetivos a serem alcançados para experimentar o mesmo tipo de enlevo, uma espécie de deleite sexuado.
No entanto, apesar de ser o combustível que nos move, o sexo é e sempre foi razão de discórdia. Na história humana ele foi visto tanto como aberração demoníaca quanto como objeto de idolatria sem alma. O poder desta energia nos apavora e ao mesmo tempo nos seduz. Nós tentamos de tudo para dominá-la. Escolhemos a castidade, o auto-controle, os diferentes tipos de união sexual, a constante sedução ou a manipulação da sexualidade dos outros. Quando não entendemos nada desta energia, a reprimimos ou fazemos mal uso dela, nos tornamos violentos, fazemos guerras, ou nos tornamos depressivos, definhando em diversos tipos de lento ou rápido suicídio. Várias são as ardilezas, mas nunca conseguimos totalmente domar o rugir da vida dentro de nós. E é bom que não sejamos capazes de fazê-lo, pois a vida não quer ser domada.
A vida quer ser vivida. Entretanto, para viver de verdade temos que parar de fugir de quem somos. Temos que olhar no espelho e ver tudo, aquilo que pensamos ser e todo o resto submerso que faz a composição de quem realmente somos. É muito triste ver tanta infelicidade acontecendo em volta do sexo, ao redor de um potencial que poderia nos levar ao êxtase e nos fazer voar. Entretanto, para reverter isso temos que parar a festa e começar a celebração. Temos que achar o tempo de respirar, de realmente olhar uns para os outros, de sentir o cheiro das entranhas saindo pelas narinas, de entender de que tristezas e alegrias essas entranhas são feitas, de sentir a nossa mortalidade em cada toque e cada instante. É bom brincar, mas não é isso que estamos fazendo quando nos consumimos com ferocidade.
Paremos e observemos com atenção o mundo à nossa volta. Se olharmos bem, veremos a maioria das pessoas andando com seus corpos vazios de sentido e de emoção. Enxergaremos robôs funcionando de acordo com os ponteiros da sociedade. “Olhe para este tipo de roupa, compre este tipo de carro, deseje este tipo de corpo, fale deste tipo de assunto, tenha este tipo de sexo.” Manipulados, manipulados, manipulados. E infelizes. No fundo do fundo da alma, naqueles momentos de silêncio dos quais geralmente fugimos ou então nos quais nos escondemos, somos um bando de desesperados. É isso que somos. E é preciso ver a realidade, não negá-la nem aprová-la, mas reconhecê-la, para poder despertar, ir além dela e recriá-la de outra forma.
Tudo é sexo, é verdade, mas não sexo feito de jovens e belos corpos e identidades imponentes que tem que ser alimentadas, enfeitadas e endeusadas como se pudessem ser poderosas, como se não fôssemos todos, de qualquer maneira, acabar sendo deglutidos por gosmentos vermes debaixo da terra. O sexo é muito mais que corpos que se desejam, que imagens que se vendem, que pessoas tentando constantemente ser e aparecer, ter isso e aquilo, comer e foder umas as outras. Trepar é uma delícia, mas o sexo pode ser e é muito maior que isso. O enlevo que podemos alcançar com a música sexual é tão mais rebuscado e transcendental do que aquilo que nos vendem como desejável que realmente dá pena ver o que estamos fazendo. Hoje somos uma espécie patética de andróides se masturbando com prazeres baratos.
Entretanto, nós poderíamos estar sentindo. Vibrando. Reluzindo. Inspirando. Criando. Descobrindo. Mergulhando uns nos outros e, acima de tudo, na vida. Vivendo cada instante como se ele fosse uma vagina sagrada se abrindo para o nosso nascimento. Palpitando de um tesão incomensurável pela existência. Transbordando a excelência daqueles que não se contentam com a mediocridade a nível algum. É este tipo de transa, de vida, de encontros, de trabalho, de amizades, de dimensão existencial que cabe a nós invocar através da forma com a qual damos cada passo. Não se trata de controlar cada um de nossos atos, mas de se abrir. Escancarar as pernas de nossas mentes estreitas e dementes. Derrubar os padrões que impedem a expansão de nossos sentidos. Buscar entender profundamente que o mundo é maior que nossas idéias. Apenas quando escolhermos o tesão pela vida acima de nossas ridículas injeções de conforto e segurança poderemos realmente acessar uma felicidade possível.
Quando o champanhe anuncia um ano novo feliz, a sensação borbulhante é de que algo realmente poderia estar acontecendo naquele exato momento. E está. Mas a maioria de nós se esquece disso assim que acabam a bebida e os feriados. Os sentidos embotados pela aceitação de um mundo imbecil preferem ignorar que a felicidade realmente só existe naquilo que é novo, ou seja, constantemente redescoberto. A vida é feita de ondas de energia sexual e palpitante. Nunca seremos exímios amantes da vida e nunca teremos uma vida orgástica se não nos tornarmos conscientes que cada momento pede um novo movimento. Hoje somos como cachorrinhos copulando uns com os outros e fornicando as nossas próprias trajetórias. Mas poderíamos ser como harpas devolvendo sons de encantamento, nos comunicando com tudo aquilo que existe, tocando a pele da vida com a plena consciência do frisson que nela provocamos e deixando-nos envolver por suas respostas orgânicas, por seus movimentos constantes e surpreendentes, pela suavidade fluvial de seu amor inebriante.

Texto de Antonella Sigaud

Raid TransArrabida 2007

Pelo segundo ano consecutivo, tenho o prazer de registar em video e participar num Raid (organizado por amigos) que acontece sempre no último fim de semana do ano. O Raid (por terra, mar e ar) é composto das seguintes actividades: Caminhada, Btt, Canoagem e Parapente.


Raid TransArrabida - Dia 1







Raid TransArrabida - Dia 2







Raid TransArrabida - Video Preview


Copyright 2008 | Paulo Reis