O passado sem corantes nem conservantes

Fui amante duma mulher comprometida. Para esta mulher, ter um amante significava ter uma quantidade de ocupações perigosas. Ter um amante não servia apenas para ela abrir a porta do seu jardim secreto. Ter um amante era ter a doce obsessão de escrever mensagens escondidas, tremer, ficar assustada e acima de tudo ter o orgulho de possuir um segredo.


Para esta mulher, ter um amante era alimentar a ideia de estar num local cheio de gente, e vê-lo apenas a ele e só eles os dois entenderem o encanto deste mistério. Esta mulher amava o perigo que esta situação apimentada conferia à sua existência, mas tudo não passava dum jogo de desejo e sedução demasiado complicado e avidamente alimentado por ambos.


Desde cedo cedo me apercebi que sou um viciado em adrenalina, desafios e situações limite. Sou um daqueles seres que apesar de não saberem quase nada sobre muita coisa (sabem ainda menos sobre as outras coisas todas) e sentem a necessidade de experimentar muitas dessas estranhas coisas. As páginas complicadas que vou virando, são as lições que vou aprendendo. Tenho memórias "agri-doces" destes estranhos caminhos que tenho percorrido, pois sei que o meu maior inimigo tenho sido eu. Vivendo e aprendendo...

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