Não conhecia pessoalmente este "Anjo" com um lado espiritual que vagueva pelo mundo, mas a morte dele trouxe-me mais uma lição importante na minha vida! Ele praticava o mesmo desporto que eu pratico com amor. Levou a sua prática aos limites, tal como eu em tempos fiz. A diferença entre nós é que eu renasci de novo para a vida e ele ... ?? Não sei .... o que vem a seguir a ...

Morreu a fazer tudo o que sempre sonhou e até escreveu uma mensagem a despedir-se do desporto que amava um ano antes de partir. Guardei essa mensagem na altura pois achei que era a forma com eu um dia me gostaria de despedir do Parapente!

Essa mensagem tem muitas lições importantes para mim! Gostava de ter tido a possibilidade conhecê-lo pessoalmente, pois apenas tive possibilidade de ver algumas imagens impressionantes dele a praticar a sua forma de arte. A sua mensagem impressionou-me pela sua intuição e o facto do "não sou capaz disso" encarado com determinação, que o levou a ser "muito bom" naquilo que fazia, independentemente dos riscos que correu para atingir aquilo que sempre desejou em vida! Até um dia ...

Partistes a voar! Tal como tu partistes, caso o meu destino tenha de ser o mesmo um dia, também vou partir feliz!

Para nunca me esquecer, transcrevo em seguida o anúncio da sua partida e as palavras de despedida escritas por ele próprio para os companheiros de voo, um ano antes de partir definitivamente!

........................................................................................

Enviado por: "Alexis"
Sáb, 29 de Set de 2007 10:47 pm
Olá amigos pilotos...Venho através dessa comunicá-los com muita tristeza o falecimento do irmãozão Marcelo Borzino. O acidente ocorreu às 14:45 em um de seus treinamentos para a realização do Infinity tumbling...Infelizmente nesta última tentativa ele caiu na vela e em queda livre totalmente embrulhado pelo parapente bateu fortemente na água falecendo instantaneamente. O sepultamento será em Petrópolis-RJ no cemitério municipal por volta da 15 hs de domingo. Com muita dor no coração me despeço de meu grande amigo e sentimentos à família e amigos. Alexis

...........................................................................

Enviado por: "ericohifly"
Dom, 30 de Set de 2007 12:29 am
É com muito pesar, que venho aqui deixar meus sinceros sentimentos á família e amigos, do vôo ou não, do amigo Marcelo Borzino.Sem dúvida fara muita falta, no universo do vôo livre mundial, pois tratava-se de uma referencia no esporte.Só os que conhecem o "prazer" de acertar uma manobra, é que entendem os "riscos" corridos por quem a procura.
É isso aew meu amigo, que Deus o tenha em bom lugar...
Grande abraço e muitos "INFINITYS PERFEITOS" pra vc, onde quer que esteja...Érico Oliveira - ActionFly

.................................................................................

Dom, 30 de Set de 2007 12:42 am
Essa é uma daquelas notícias que só podemos classificá-la como surreal.O Borzino já havia anunciado aqui neste mesma lista, há cerca de um ano ou dois, sua intenção de abandonar o parapente por temer o pior, um acidente fatal.Muitos o encorajaram a não largar o esporte, inclusive eu. Agora recebo esta notícia. É simplesmente inacreditável.Aí fica aquela angústia: se pudéssemos voltar alguns segundos atrás. Descanse em paz, irmão, onde estiver.

............................................................................


Enviado por: "Alexandre Pauferro"
Dom, 30 de Set de 2007 4:03 am
Tem razão Ivo, surreal demais para que possamos compreender facilmente. Compartilhávamos a mesma admiração pela acrobacia, admirava-o e sempre imaginei chegar 'próximo' ao nível dele para treinarmos juntos.Quando soube da notícia não quis acreditar. Alguns trechos da carta de despedida me vieram logo a mente.. Lembro que quando li fiquei bastante impressionado coma auto-análise e a sensatez dele. Achei tão sério que guardei na minha pasta de "Mensagens Muito Importantes". Também guardei a conclusiva resposta que ele deu a você, fazia tanto sentido que achei que ele realmente nunca mais voltaria, mas talvez essa fosse a missão dele por aqui..- Abaixo a reprodução da carta, gostaria muito que a despedida tivesse sido só essa.

.................................................................


De: "Marcelo Borzino"
Data: Mon, 28 Aug 2006 14:27:35 -0300
Assunto: Carta de despedida...Companheiros de jornada,
Esta é com certeza uma das mais difíceis cartas aos amigos que escrevo na vida, mas infelizmente (ou felizmente) é assim! Quero comunicar a todos publicamente que estou deixando o vôo a partirde hoje. Esta é uma decisão irremediável e que já vem sendo amadurecida desde meu último acidente, onde quebrei a coluna. Só nos últimos dois dias tive a certeza necessária para tomar a decisão.Tão repentina quanto a minha entrada no mundo alado é a minha saída, mas não pensem que esta se deve a algum fato ou acidente em específico.Na verdade, canalizei toda a minha energia nos últimos anos para a acrobacia, deixando de lado partes importantes de mim.Nos últimos meses, aliás, antes mesmo de quebrar a coluna, vinha me perguntando se essa "loucura toda" era realmente necessária para minha felicidade e, principalmente, se valia o risco a que me expunha. A resposta veio-me de maneira muito clara e incontestável. Sobre isto, ressalto que sempre fui muito intuitivo ao longo de minha vida e não será agora que deixarei de sê-lo.Sem querer ser piegas, o fato é que o nível de acrobacia em que me encontro não condiz com a realidade de minha vida profissional e familiar. Para continuar deste ponto em diante eu teria que me dedicar 24 hs por dia a acrobacia, isto é, dormir, acordar, respirar acrobacia... Mas esta não é a minha realidade e, sinceramente, não acredito do fundo do coração que realmente assim a desejasse. Meu ego com certeza a deseja, mas não seu "dono"... Não tenho a menor condição hoje em dia de comprar uma vela "normal" e simplesmente voar nos finais de semana, pois não saberia como. Meu ego ainda é um grande oponente a ser vencido e aos poucos o dominarei. Até lá, se é que esse dia chegará, ficarei sem voar (talvez um duplo com algum amigo), mas torcendo por todos que a esse esporte apaixonante seguem ligados. Peço desculpas a todos os que eventualmente eu possa ter magoado com meus actos e peço-lhes que deixem isso em segundo plano, pois existem coisas muito mais importantes na vida. Já aos mais próximos digo que a nossa jornada continua e não será o fato de eu não estar mais voando que mudará nossas amizades. Já estamos muito além... Forte abraço e happy tumblings para todos,

Marcelo Borzino

...........................................................

De: "Marcelo Borzino"
Data: Tue, 29 Aug 2006 14:55:01 -0300
Assunto: Resp.: Carta de despedida...Para: "Ivo Borges"

Caro Ivo (a msg segue com cópia para os demais para que fique um pouco mais clara minha atitude), a vida é mesmo cheia de surpresas. Quem diria que "ilustres"professores universitários como nós se dedicariam a este esporte tão peculiar, onde homens ficam "pendurados" por um pedeço de tecido a cruzar os céus? Ou que estes podem até chegar a um alto nível em acrobacia com seus brinquedos, a ponto de ganharem uma prova do campeão mundial, como aconteceu comigo no Acroandes de 2004?! Realmente o vôo de acrobacia foi para mim uma descoberta tardia, que fiz aos meus 29 anos de idade por puro acaso quando estava em Vitória/ES para montar uma filial de meu escritório de advocacia. Dá pra imaginar isso? Um cara com 29 anos de idade que acabara de fazer seu mestrado em Direito Tributário, professor da PUC e da Cândido Mendes, sócio de um escritório de advocacia especializado em Planejamento Fiscal e reestruturação societária, chefe de família responsável pelo sustento de 5 pessoas, começando a voar e se dedicando profissionalmente ao vôo acrobático? É bastante complicado meu caro...Até agora não sei como consegui manter meus empregos, meu relacionamento, minha saúde mental e ao mesmo tempo ter treinado o tanto que treinei para chegar ao nível que hoje tenho em acrobacia. É muita ruptura para uma estrutura profissional, familiar e pessoal construída arduamente ao logo de muitos anos de dedicação. Mas sou um cara que desconhece o conceito "não sou capaz disso"! Para mim, quanto maior o desafio, maior a satisfação de vencê-lo, tenha a natureza que tiver. Isso sempre foi assim em minha vida, onde aprendi a ser um campeão no esporte desde bem cedo. Depois entrou o Direito em minha vida e meu objetivo então foi inteiramente focado nisto. Já no primeiro ano de formado passei para a Procuradoria da Fazenda Nacional e nem bem entrei, saí! Saí para aceitar uma proposta de trabalho irrecusável num grande escritório de advocacia tributária. No mesmo ano passei também e 1o. lugar na prova para professor de Direito Tributário da Cândido Mendes e ganhei uma bolsa no seu Mestrado (para o qual também passei em primeiro lugar!). Foi aí que comecei minha vida académica propriamente. Escrevi muitos artigos e dois livros (um que está há dois anos no prelo e um Curso de Direito Tributário que até hoje não revisei... culpa do vôo... ;). Logo em seguida larguei o escritório em que trabalhava (e onde ganhava muito bem, diga-se) e fui montar meu próprio "barraco", que hoje tem sede em Belo Horizonte e filiais no Rio, SP e Vitória. Isso tudo ocorreu em apenas 5 anos...quando então conheci o vôo. Neste momento realizei que não havia perdido a paixão pelo esporte, pela superação de meus limites, pela vitória e foi aí que a minha via crucis começou.Estabilizado financeiramente deleguei tudo para pessoas de minha confiança e comecei a voar de 4 a 5 dias por semana, sem contar os 3 meses por ano que tirava para viajar ao exterior nas melhores épocas (para treinar). Isso sim fez toda a diferença em minha evolução como piloto de acrobacia.É claro que tenho consciência de que "levo jeito" pro negócio, mas se evoluí rapidamente foi porque estudei e treinei muito, mas muito mesmo.Só que a velocidade com que logrei evoluir cobrou seu preço e foi bem alto. Nos últimos 24 meses passei 8 meses de "molho" no "estaleiro". Primeiro fraturei a bacia num giro da morte mal feito e fiquei 2 meses deitado numa cama de hospital. A recuperação foi longa... Depois estourei dois ligamentos do meu tornozelo direito ao cair de reserva...Este ano faturei a coluna e fiquei 4 meses em recuperação... mal voltei a voar, me atirei numa decolagem kamikaze com uma vela de 16 m2 (proj.) com vento de cauda e arborizei a uns 200metros abaixo da rampa... além disso, já foram 6 reservas em muito pouco tempo, sendo que dois deles joguei a menos de 200 metros de altura, pois estava treinando manobras baixo. Cara, o "anjo da guarda" tem trabalhado muito mesmo nos últimos tempos e eu sinto nitidamente que a coisa toda saiu do meu controle. Ou seja, o bom senso na prática e a exposição aos riscos inerentes ao esporte extrapolaram em muito qualquer limite de razoabilidade. Ponderando os valores que pautam hoje a minha vida não tenho dúvidas: o vôo acrobártico nas circunstâncias em que o pratico está oferecendo um nível de risco alto demais para os meus padrões. Isto é, sem ser profissional de acrobacia, com dedicação integral ao esporte, sinto-me como um "jogador" de roleta-russa. Seria questão de tempo para "tirar o número premiado"... as minhas estatísticas pessoais demonstram claramente isto.Além disso, sou muito intuitivo e sinto que esse é o caminho certo a seguir agora. Por outro lado, não sinto o menor prazer em simplesmente voar, o que é uma coisa muito séria, pois isso significa que estou voando pelo motivo errado, ou seja, pelo meu ego. E essa é a razão pela qual eu não vou somente deixar de fazer acro, mas sim parar de voar.Outros são os fatores que contribuíram para essa minha decisão, mas esses eu deixo de fora da argumentação, pois têm um foro extremamente íntimo, espiritual. Bem, daqui a algum tempo voltarei a mandar notícias de meus novos rumos aos amigos e não deixarei de manter o contato, pois o vôo foi para mim uma parte muito importante e feliz desta existência e não há porque renegá-lo ou esquecê-lo se tantos bons momentos ele me trouxe.É como a lembrança de um ente familiar querido que se foi. Lembraremos dele para sempre e agradeceremos por termos tido a oportunidade de desfrutar a sua presença nessa breve passagem por este mundo. Saudades ficarão, mas estarei sempre disposto a fazer uma viagem para reencontrar velhos companheiros de jornada...Abraços saudosos,Marcelo "22" Borzino.

E...


Hoje voltou a ser o primeiro dia do resto da minha vida!

Enfim, duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida:

”Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida".

Autor: Sergio Godinho

The Wounded by Love Agreement

Este é o contrato de "Casamento de Almas" que eu descobri e estava a traduzir e a adpatar de forma a querer (egoistamente) celá-lo com alguém que eu considero especial. Suspeito que esse alguém está profundamente ferido no coração e não tem sequer a noção do quanto isso está a limitar a sua vida e não pude sequer tentar fazê-la ver isso. Essa pessoa dizia-me que gostava de metáforas, mas não entendeu o verdadeiro sentido da proposta de casamento que lhe fiz, porque não me amava. Fui vítima do meu próprio egoísmo mas não fiquei destroçado por ter ousado tentar...apenas tentar! Se ela me amasse (o que não era o caso) teria percebido tudo o que eu lhe queria oferecer. Parei a tradução uma vez que deixou de fazer sentido fazê-lo. Guardo-o contrato apenas para poropô-lo um dia, a alguém que o consiga entender e que me ame incondicionalmente e esteja disposto a inventar um futuro comigo :-)


General Provisions:

A] Considering that it's absolutely correct the saying that states that "all is fair in love";

B] Considering that there is no agreement that was promulgated until this day that deals with the wounded of love, who are much more populous; It is hereby declared that:

Art. 1 – All lovers, male or female, are now being notified that love, besides being a blessing, is also something very dangerous, unpredictable and able to cause serious damages. Consequently the one who decides to love has to know that his body and soul are exposed to many types of wounds and will not be able to blame the partner in any moment, since the risk is equal to both.

Art. 2- Once a lost arrow from the bow of Cupid hits a person, that person has to immediately ask the archer to dart another arrow in the opposite direction, so that one will not fall prey to the wound famously known as "non-reciprocal love". In case Cupid refuses such act, the Agreement here promulgated demands that the wounded immediately retrieves the arrow from his heart and throw it in the bin. In order to achieve this effect, the wounded has to avoid phone calls, internet messages, flower deliveries, or any other act of seduction, since these acts may achieve short term results, but are inevitably erased by time. The convention declares that the wounded has to quickly seek the company of other people in order to control the obsessive thought "it's still worth to fight for this person".

Art. 3 – In case the wound comes from third parties, meaning, the loved one is interested in someone else who was not expected in the pre-established plans, it is hereby expressly forbidden any act of revenge. In this case, it is permitted the profuse use of tears, some punches on the wall or pillow, talks with friends where the wounded can freely insult the ex-partner, allege his complete lack of good-taste, but refraining to lessen the partner's honor. The agreement determines that art. 2 can also be applied: the wounded may seek the company of other people, preferably in places where the partner does not dwell.

Art. 4 – In case of light wounds, hereby classified as small betrayals, fulminating passions that do not last long, transitory sexual disinterest or dysfunction, one has to quickly and abundantly apply a medicine called Forgiveness. Once this medicine applied, one must never look back and the subject must be completely forgotten, never being mentioned as an argument in eventual fights or moments of wrath.

Art. 5 – In the case of definitive wounds, also called "brake-ups", the only medicine capable of truly healing one's heart is Time. It's pointless and ineffective to find consolation with fortune-tellers (that will always allege that the lost love will return), romantic books (in which the endings are always happy ones), TV soap operas or other similar things. One has to suffer with intensity, completely avoiding the use of drugs, painkillers, prayers. Alcohol is only allowed in moderation, never surpassing more than two glasses of wine per day.

Final Provision: the wounded of love are neither victims nor torturers. They have chosen something that is part of life and therefore they have to face the agony and the ecstasy of their choice. And for those that were never wounded by love, they will never be able to say: "I lived" Because they haven't.

Unknown Author

Lições para a vida sobre o Amor

Aquilo que ás vezes nos tira algo que amamos, é o mesmo que nos traz algo que aprendemos a amar... Por isso, não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim aprender a amar o que nos foi dado, pois tudo que é verdadeiramente nosso, nunca se vai para sempre...

Descobri que as diferenças culturais entre os Homens e Mulheres dificultam a interpretação da palavra "Amor" e por isso convém lembrarmo-nos sempre que:
Não devemos permitir que os nossos olhos derramem lágrimas por alguém que nunca nos fará sorrir.
Não devemos permitir que o nosso tempo seja desperdiçado com alguém que nunca terá tempo para nós.
Não devemos permitir que paixões desenfreadas nos transportem de um mundo real para outro que nunca existiu.
Não devemos acreditar que alguém possa voltar quando nunca esteve realmente presente.
Não devemos esperar por uma mulher que não tenha olhos para nos admirar.
Não devemos permitr que os nossos pés caminhem em direção a uma mulher que só foge constantemente de nós.
Não devemos permitir que a dor, o ódio, o ressentimento, e tudo aquilo que pode tirar o brilho dos nossos olhos nos dominem, fazendo arrefecer a força que existe em nós.
E, sobretudo, nunca permita que você mesmo perca a dignidade de ser Homem.


Aprendi no Caminho de Santiago onde agora sei que vou regressar um dia que...

"CAMINHANTE, NÃO HÁ CAMINHO, O CAMINHO É FEITO AO ANDAR. AO ANDAR SE FAZ O CAMINHO E AO OLHAR PARA TRAZ, SE VÊ A SENDA QUE NUNCA SE VAI VOLTAR A TRILHAR. CAMINHANTE NÃO HÁ CAMINHO, SOMENTE RASTROS NO AR".

Lições para a vida sobre a Alma

Pare e escute a sua alma... ela murmura... Ouça os sons que ela faz... Confie na sua habilidade para escutá-la... Ela fala sobre o amor... o verdadeiro amor que você trouxe com ela... A alma estimula a luz dos seus caminhos, na viagem do crescimento, esclarecimento e amadurecimento. Você caminhará em frente na sua jornada e conhecerá almas afins. Você sentir-se-á ligado a essas almas e achará que são coincidências... Mas, coincidências não existem... Descubra o seu verdadeiro potencial profundamente; olhe mais fundo que antes; não com medo mas, com excitação, antecipação, coragem e aventura... Sinta o infinito dentro de você. Desafie os seus próprios limites! O medo restringe-nos ... E de que maneira! Temos que superá-lo! Sorria! Não com a sua face, mas com a sua alma! Permita que ela cante e ria... Só assim vai sentir o amor que transborda de você... Só assim você vai conseguir entender a dimensão do seu amor...mesmo que mais ninguém entenda....

Todos buscamos a felicidade... E nessa busca percorremos caminhos que nem sempre nos levam a ela... Muitas vezes tentamos destruir o que amamos pelo caminho e afastam-nos cada vez mais do ponto onde a felicidade se encontra... Aprendemos a querer coisas que na verdade não queremos, numa total incoerência com a nossa natureza...
Desde criança somos levados a acreditar que a felicidade será encontrada em coisas fora de nós... Acabamos por acreditar que fora de certos padrões ou conceitos não existe a menor hipotese de sermos felizes...
E vamos por aí... Conquistando coisas... Poder... cargos...Dinheiro...Status... e muito Stress... E a perseguição contínua no encalço da felicidade... Essa felicidade de consumo imediato que nos dá uma reacção narcótica...Dá um sentimento de vazio quando constatamos que não era bem aquilo que esperávamos... Uma sensação de ter vencido a corrida e não levarmos o prémio... Um verdadeiro enjôo nesse momento soturno...Mas... A Voz do Ego chama-nos de muitas formas para um novo recomeço...
Embriagamo-nos uma vez mais, pelos labirintos tenebrosos dos vícios daquilo que tem fácil digestão, que é excitante, atractivo e fortemente convincente...
Esquecemo-nos que... podemos escolher escutar uma outra Voz...Uma Voz que nos fala suavemente e nos convida a descobrir o nosso próprio caminho... Sem receitas prontas e onde cada um vai escrevendo a sua própria história às vezes através de "Duelos de Palavras Escritas"... É a Voz da Alma...Para seguir esse chamamento da Alma é preciso Coragem... Desapego... Introspecção... Percepção nas entrelinhas e na didática da Vida... Coragem... porque nalgum momento, do nosso precurso, precisaremos abrir a nossa própria estrada de núvens...Passar por onde ninguém nunca passou anteriormente... Buscando nos mergulhos profundos na Alma, a mão que indica a direção do próximo passo...Desapego dos conceitos conhecidos... Das regras e principalmente do ego... É preciso desaprender muitas coisas que aprendemos... E deixar espaço para as coisas novas acontecerem e que fazem sentido para a nossa história... Sabendo que aqui não existem limites para nossa mente racional e que os impossíveis podem tornar-se possíveis quando nos propomos a materializar o pensamento decididamente...
Aos poucos abrimos caminho para seguir a Voz da Alma rumo à nossa meta... Aos poucos, vamos descobrindo que a felicidade está em cada passo que damos ligados ao nosso Propósito Divino...vamos percebendo que a felicidade é um atributo de cada um de nós que aparece quando nos vamos conhecendo melhor e nos apoderamos de quem realmente somos...E chega um tempo onde não conseguimos fugir do chamamento que vem da Alma... Porque essa voz é tão presente e tão natural que só nós entendemos que é a única voz que nos indica o caminho da busca da felicidade... Escute a Voz da sua Alma e siga esses caminhos... Assim você vai perceber que muito além do conhecido existem muitas possibilidades... Até a de Ser feliz...

Duelos de Palavras escritas!

"Altos e baixos fazem parte da construção do nosso caráter. Afinal, cada momento, cada situação, que enfrentamos é um desafio, uma oportunidade única de aprender e de nos tornarmos pessoas melhores. Só depende de nós, das nossas escolhas. Penso sempre que hoje é apenas o começo de tudo e que o resto da vida de certa forma ainda está nas nossas mãos."



UMA AMOR QUE NUNCA ESQUECEREI E QUE ME FEZ VER QUE SOU EGOÍSTA NO AMOR!

UM ENCONTRO PASSAGEIRO COM UMA ALMA GÉMEA!

"Um dia, quando andares de novo no campo dos sonhos verás o rosto da mulher dos teus sonhos. Ela talvez esteja próxima de ti e tu nunca notaste. Abre os olhos do coração e da alma, pois só através deles vemos o verdadeiro amor, aquele que nos arrebata e completa... como luz e sombra... como terra e ar."

Há na pura amizade um prazer a que não podem atingir os que nasceram medíocres. A amizade pode subsistir entre pessoas do mesmo sexo ou diferentes, isenta mesmo de toda a materialidade. Uma mulher, entretanto, olha sempre um homem como um homem; e reciprocamente, um homem olha uma mulher como uma mulher; essa ligação não é paixão nem pura amizade: constitui uma classe aparte.


O amor nasce bruscamente, sem outra reflexão, por temperamento, ou por fraqueza: um detalhe de beleza que nos fixa, nos determina. A amizade, pelo contrário, forma-se pouco a pocuo, com o tempo, pela prática, por um longo convívio. Quanta inteligência, bondade e dedicação dos amigos, para fazer, em anos, muito menos do que faz, às vezes, num minuto, um rosto bonito e uma bela mão!

O tempo, que fortalece as amizades, enfraquece o amor. Enquanto o amor dura, subsiste por si, e às vezes pelo que parece dever extingui-lo: caprichos, rigores, ausência, ciúme; a amizade, pelo contrário, precisa de alento: morre por falta de cuidados, de confiança, de atenção. É mais comum ver um amor extremo que uma amizade perfeita.

O amor e a amizade excluem-se um ao outro. Aquele que teve a experiência de um grande amor descuida a amizade; e quem se esgotou na amizade ainda não fez nada para o amor.

O amor começa pelo amor, e só se passaria da mais forte amizade para um amor fraco. Nada se parece mais com uma viva amizade do que essas ligações que o interesse do nosso amor nos faz cultivar.

Jean de La Bruyére, in "Os Caracteres"

Mude


"Mude"... Mas começe devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Sente-se noutra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Apanhe um autocarro. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira pra passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos. Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma do outro lado da cama... depois, procure dormir noutras camas. Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... Leia outros livros. Viva outros romances. Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias. Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce noutros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão noutra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. Escolha outro mercado... outra marca de sabonete ... Tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear noutros lugares. Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias. Jogue fora os relógios velhos, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores. Abra conta noutro banco. Vá a outros cinemas, outros teatros, visite novos museus. Mude. Lembre-se que a vida é uma só. E pense seriamente em arranjar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeiroso, mais digno, mais humano. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as que já conhecia. Mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda!

Poema "Mude" - Autor: Edson Marques

Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura
Registro: 294.507 - Livro: 534 - Folha: 167

Visite o Blog deste autor aqui: http://mude.weblogger.com.br/

Edson Marques said... Paulo Reis, Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Você publicou meu poema Mude no teu blog. Embora tenha citado autoria equivocada (Clarice Lispector), eu te agradeço e compreendo, pois talvez você não saiba quem realmente seja o autor. Muita gente pensa, erroneamente, que esse poema é de Clarice Lispector ou de Pedro Bial... E até de Simone Spoladore (que apenas declamou meu poema no CD Filtro Solar, faixa 4.) Acaba de ser lançado (e espero que você leia) o livro Mude, com prefácio de Antonio Abujamra, pela Editora Original Pandabooks => https://pandabooks.websiteseguro.com/livros.php?id=123 O livro Mude também pode ser encontrado nas Livrarias: Siciliano, Cultura, Fnac, Melhoramentos, Saraiva, entre outras. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.

Paulo Reis: says.. Obrigado pelo alerta e vou comprar o teu livro ainda hoje :-)

Abraços, flores, estrelas para você também ...

Morre lentamente

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.


Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias a queixar-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.


Ode alla vita - Pablo Neruda


Mika - My Interpretation







P.Diddy - Last Night







Celine Dion - Taking Chances

As pedras no charco...

Alguém lançou uma pedra num charco, mas essa pedra não era simplesmente uma pedra. No meio do charco , ela criava ondas e inspirava um pato bravo que andava por alí a prestar atenção! Havia centenas de pedras por alí, mas o pato bravo nunca tinha visto pedra tão bela quanto aquela, era como se um brilho intenso pulsasse do seu interior e reflectisse nos olhos do pato bravo, que não pensava noutra coisa a não ser escrever rabiscar algumas palavras que pudessem descrever, ainda que de forma singela, aquela pedra. Como descrever aquela pedra de forma a que todos pudessem entender o quanto ela era preciosa, mesmo que não fosse ouro e mesmo que não fosse uma pedra que fizesse os homens lutarem por ela? Sim, ela era uma pedra que inspirava coisas boas, não exigia posse, apenas que lhe fossem dirigidas palavras sinceras! Havia uma pedra no caminho do pato bravo e dependendo de como ele olhasse para ela, essa pedra poderia ser um diamante ou um entrave que feriria os seus pés ...

e mais esta ...


Breaking Benjamin - The Diary of Jane

Emotions

It is I who creates chaos as I move through the grids causing emotions to flow into each soul's reality.

Emotions come in varying frequencies.
In a physical form a soul will experience
many of emotions, drawn to them within the spiraling grids of the emotional body.

Emotions are meant to spiral from love and happiness to depression and fear.

My spiraling energies are linked to
the innocence of your inner child, known as your emotional body.

E gostei desta...


John Mayer - The Hearth of Life


Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e reflectir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado. Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais...

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar. Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai'? Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado. Difícil é amar completamente só. Amar de verdade,sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir música que toca. Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras. Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber. Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade. Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo. Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefonica. Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho...

Texto de Carlos Drummond de Andrade

Esta semana gostei de ouvir...


Duality - Bayside

Someone once said

We make a living by what we get,

we make a life by what we give.
Sir Winston Churchil (1874 - 1965)

You need chaos in your soul to give birth to a dancing star.
Nietzsche
To take away the destination, is to diminish the Way.

Just be


Be who you are and say what you feel

because those who mind don't matter

and those who matter don't mind.

Futuro sonhado

Não acredito que não se possa sempre fazer melhor em tudo na vida.
Onde é que está escrito que as coisas são como são e vão ficar dessa forma para todo o sempre?
Quem disse que é obrigatório perder, aconteça o que acontecer?
Nada é definitivo, a não ser a vontade de mudar o mundo.
Todos os dias um bocadinho, cada qual com a sua infima contribuição.
Detesto a resignação fatalista e a derrota antecipada em tudo na vida.
Quer seja no que é a sério e no que é a brincar.
Quer seja na profissão, no amor, nas amizades ou nos sonhos.
Desprezo o medo que faz parar, impede de pensar e aprender a cada dia que passa.
O futuro só será mais que perfeito se nos atrevermos a sonhá-lo.

Tudo isto se resume através das simples palavras de Bernard Shaw que tenho sempre presentes:

"Some men see things as they are and say why - I dream things that never were and say why not."

Sonhos, utupias e pesadelos

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo." Fernando Pessoa


"O FUTURO pertence aqueles que acreditam na BELEZA dos seus SoNHOS." Eleanor Rroosevelt ... mas há que ter cuidado pois alguns ou se transformam em meras utopias ou em pesadelos terriveis!

"Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar."
Jorge Palma, Na Terra dos Sonhos

Silêncio da montanha

Quem vive o tumulto barulhento desta floresta electrónica, embalado pelos motores do trânsito, despertado pelos sons da Internet e passa o dia a reconhecer os diversos toques dos telemóveis, anseia, às vezes por um "silêncio de montanha", um sossego de pensar quieto, sem vozes e sem perguntas.
Claro, só um pouco, coisa de um dia, dois, porque mais do que isso, manda a minha alma desconfiada pedir ajuda, antes que eu me transforme no eremita que já invejei. Enfim, o silêncio, como a solidão, são remédios que tomados em pequenas doses nos fazem muito bem, porque, queiramos ou não, somos seres gregários, feitos para a partilha, ao menos da presença, ainda que distante e da palavra, ainda que vazia.
No entanto, sabemos tão pouco de partilhar que tendemos a dividir solidões e silêncios, partilhar o que não somos, falar repetindo outros e, quase sempre, fugimos como loucos assustados quando alguém, de facto tenta entrar no quarto escuro onde guardamos as nossas palavras verdadeiras, nossos medos e nosso coração.

Há silêncios e silêncios.

Seres estranhos somos nós, que buscamos desesperadamente o encontro e o falseamos, enchendo-o de silêncios longos com os quais vamos nos retirando do outro, como quem rouba, como quem trai. Tudo acontece, mesmo durante as etapas duma relação que passa da euforia, em que se corre ao outro a cada pequena novidade até quando vão morar juntos e o silêncio toma conta dos cômodos. Então, passam pelas gentilezas e favores, que também preenchem uma amizade e chegam ao insuportável e então, é claro, inventam um motivo para se separar, sabendo no entanto que seriam amigos para sempre. Fico pensando nesses casais que envelhecem juntos, será que conseguem abrir a porta e permitir que outro penetre no quarto escuro (e, nesse caso, o silêncio passa a comunicar e não frustrar) ou aprendem a conviver com a impossibilidade da comunicação, conviver com o silêncio disfarçado. Não sei, entendo cada vez menos a que se destinam as relações!

Texto adaptado de Vânia Vasconcelos

O caminho obvio

Hoje ele lembrou-se dela! Ela era fruto daquela paixão não concretizada que atormentou o seu coração por um longo período da sua vida. Ele sentiu-se feliz por já não sofrer mais de amor por ela! Estupidamente sofreu durante muitos e longos anos por ter perdido o que nunca teve ou poderia ter tido... Sentiu-se perdido e sem saber que rumo tomar durante muito tempo...

A paixão por ela, surgiu da amizade antiga e profunda entre um homem e uma mulher desde o primeiro dia em que se conheceram. Esse sentimento transformou-se e amadureceu com o tempo, tornando-se em algo que nenhum deles alguma vez foi capaz de interpretar ou descrever! Nunca houve amor físico entre ambos, mas sempre existiu uma atracção silenciosa e real!

Eles protegiam-se mutuamente e eram o ombro amigo a quem recorriam. Admiravam-se incondicionalmente e respeitavam-se acima de tudo! O primeiro grande amor dela, foi alguém que ele aprovou e sofreu silenciosamente, pois não estava preparado para acolher o amor dela nessa altura tresloucada da sua vida. Os anos foram passando e ela continuava a mesma pessoa linda, inteligente, delicada, bondosa, educada e amiga!
Certo dia, ele temeu que tinha chegado uma altura das suas vidas onde se iriam separar, encheu-se de coragem e disse-lhe tudo o que sentia por ela! Ela chorou e disse-lhe que sentia o mesmo mas tinha medo! Tinha medo da vida que ele sempre vivera e de todos os exageros que ele cometera e que ela tão bem conhecia. Ele tentou explicar-lhe que tudo aquilo não tinha qualquer significado e que só o amor por ela fazia sentido naquele momento das suas vidas. Ela fugiu e perderam o contacto durante diversos anos...

O tempo passou e ambos voltaram a encontrar-se mais vezes em jantares de amigos comuns. Ela sempre pareceu transbordar de felicidade com a vida que escolheu! Apenas ele conseguia lêr no olhar dela, todo o desespero que ela sentia por ter necessidade de alimentar toda aquela fachada!

Num certo dia, ele lembrou-se que era o dia de anos dela e decidiu enviar-lhe uma mensagem a dar-lhe os parabéns. Ela ligou-lhe logo em seguida, após dois anos sem se verem e pediu-lhe para se encontrarem!Acabaram por ir almoçar juntos nesse mesmo dia.

Ela abriu o coração e contou-lhe o quanto tinha sido infeliz durante todos esses anos e de como toda a sua vida tinha sido miserável, embora aparentemente tivesse muitos bens materiais, uma família perfeita e um namorado que a amava. A sua vida aparentemente perfeita, escondia uma infinidade de pequenas tragédias familiares e sonhos desfeitos por ter escolhido a saída mais óbvia numa encruzilhada da sua vida, onde ela confessou que sentira ter encontrado alguém especial e optou por fugir dele!

Nesse dia, os olhos dela falavam de amor, de desejo, de carinho e de paixão numa linguagem da alma que só quem ama pode entender. Para ele, tudo aquilo era uma porta encerrada e a vida tinha fechado o seu coração a esta sua grande amiga e ao amor que sentira em tempos por ela! O coração dele já não batia tão forte quando a viu nesse dia!

Na vida, partilharam muitas coisas, ajudaram-se tantas vezes e sonharam que eram felizes assim. Podiam ter tido uma vida em conjunto, mas não tiveram! Passaram-se meses, anos, e nunca tiveram coragem para mudar as suas vidas e nunca souberam o que era viver com alguém que se ama e que nos ama de verdade. Eles não sabem nem nunca saberão o quanto poderiam ter sido felizes, se o caminho seguido tivesse sido o menos obvio!

Alterando as palavras de outros, é asim que ele se sente neste momento:

Afasta-te de mim, nós já vivemos cem mil anos,
O que não vivi, não hei-de inventar contigo,
Eu venho do nada, porque arrasei o que não quis,
Em nome da estrada, onde agora quero ser feliz,
Sei que não soube, às vezes entender o teu olhar,
mas quero-te para sempre bem!

Learning to Fly

“A flight of fancy on a windswept field

Standing alone my senses reeled
A fatal attraction holding me fast, how
Can I escape this irresistible grasp?
There´s no sensation to compare with this
Suspended animation, a state of bliss
Cant keep my eyes from the circling skies
Tongue-tied and twisted just an earth-bound misfit, I”.
PINK FLOYD - Learning to Fly


Copyright 2008 | Paulo Reis