Estados de alma voadora


Atrevi-me a sonhar demasiado alto, mas desta vez não procurei construir uma base sólida para poder abrir "asas" em segurança. Tive um "reality check" muito merecido que me abriu (uma vez mais) os "olhómetros" para a realidade. Não devo procurar aquilo que não mereço, pois a queda poderá ser enorme ... e, foi!

Tenho demasiadas saudades dos locais, dos amigos, da camaradagem, das aventuras, dos voos, das viagens, da competição amigável e do enorme desafio que representa a mais pura forma de voo humano.

O campeonato nacional de parapente, vai na segunda prova do ano e não estarei presente! Consigo apreciar estas imagens com um certo distanciamento e alegria. Tenho finalmente a certeza que consegui (acidentalmente) encerrar uma das fases importantes da minha vida. Fui adiando o meu afastamento das competições em função dos bons resultados crescentes e dos projectos colectivos inovadores dos últimos tempos, mas sabia que o fim eventualmente chegaria!





Como dizia o Jorge Silva, um amigo e ex-aluno de parapente e poeta:


Voar não é um periodo da vida; é um estado de alma, um efeito da vontade, uma qualidade da imaginação, uma intensidade emotiva, uma vitória da coragem sobre a timidez e de gosto da aventura.

Voador é aquele que se admira e que se maravilha. Interroga, como uma criança insaciável: e depois?

Respeita as condições e acha alegria no jogo do VOO.

Ser voador é saber sentir; é olhar o espaço e descobrir o tudo; é ouvir o cântico da Asa; é sentir o odor da altura e o sabor do vento, e o contacto do perfume das flores.

Ser voador é conseguir ser independente, é elevar-se do chão; subir como fumo; é voar hoje, amanhã, voar amanhã, ontem; ser nuvem sem ser água; ser tudo e não ser nada...

O que é ser voador nem o voador sabe, mas ele sente o que é!

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