No Kitesurf como na vida …

O Kitesurf é como a vida!

Uma das melhores coisas que sempre soube fazer na vida, foi vaguear por destinos incertos ao sabor dos ritmos mutantes da própria vida.

Certo dia, vagueava pela praia e senti-me intimidado pela imensidão do azul do mar e pela desordenada explosão de energia gerada pelo rebentar das ondas.

Na minha dança (cada vez mais intima) com o mar, começo a identificar padrões que me ajudam a entender melhor o movimento constante do infindável oceano. Nesse dia, tive a percepção que esses padrões estavam de certa forma alterados e isso causou uma sensação de medo/desconforto antes de entrar no mar.


Cada uma das minhas visitas (cada vez mais regulares) ao oceano culminam (quase sempre) num turbilhão de emoções e num estado de puro de êxtase! Por vezes, tento abstrair-me da beleza do momento e da excitação da descoberta, de forma a garantir a minha segurança e poder interiorizar novas formas de lidar com as situações que vou encontrando no mar. Esta abordagem, tanto no Kitesurf como na vida, tem ajudado a "esticar" os meus limites. Uma vez alongados conscientemente certos cenários, eles deixam de ser limites intimidantes!

Nesse dia fui engolido, chocalhado, submerso, catapultado, cuspido, vandalizado … repetidas vezes por ondas gigantescas e tive medo…muito medo! No fundo, senti que não estava preparado para estar ali, não controlava a situação e tudo aquilo poderia facilmente ter terminado num incidente/acidente. Mantive a calma e consegui sair ileso de situações bastante perigosas!

Tenho andado a repensar a minha forma de actuar naquelas (e noutras) situações e apercebi-me exactamente daquilo que fiz bem (mal) naquela situação concreta. Com isto, dei um enorme salto qualitativo na minha relação com o mar! Aprendi a tirar proveito desta nova experiência assustadora e aquela nova realidade já não me intimida! Aprendi a ultrapassar ondas gigantes em velocidade, saltando (a voar por vezes) por cima delas e em total sintonia com o mar. Nesse dia, passei a ter uma percepção mais intuitiva sobre os movimentos do mar e os “timings” das ondas.

A minha relação de proximidade com o elemento "ar" é bastante intuitiva e sólida, mas agora começo a desvendar novas fronteiras junto do elemento "água" e isso é apaixonante.

Nunca até esse dia, tinha sentido tão intensamente o pulsar forte da "vida" no enorme Oceano!

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