Surf is cool ... Dude!

Apertem o cinto. Segurem-se bem. A viagem vai começar. Afinal, a vida não é mesmo assim? Uma longa viagem para a qual nunca estamos preparados e que vamos, passo a passo aprendendo a conhecer. Vamos então ... mergulhar no mar.

O mar é um velho amigo com o qual sentia a necessidade de fazer as pazes. Este velho parceiro de aventuras e sensações, testemunhou um enorme susto (em 2005) durante um mergulho com garrafa que correu bestialmente mal. Na altura reagi e tive sangue frio para me salvar a mim e a outro mergulhador. Felizmente este incidente não deixou repercussões físicas permanentes, para além de uma semana de surdez parcial e dores de cabeça intensas. A nível psicológico a minha relação com o mar saiu bastante afectada e instalou-se um certo receio claustrofóbico das profundezas…

A aproximação ao mar tem sido gradual e neste último fim de semana senti um desejo enorme de ir para o mar…

Na impossibilidade de montar o meu “papagaio amestrado” (por falta e vento) e aventurar-me a deslizar no mar pela primeira vez (algo que faz parte dos meus sonhos recentes), optei por aceitar o desafio de experimentar novos desportos aquáticos.

Num certo dia do mês passado, decidi aventurar-me a tentar navegar com o meu Kite no mar e fui impedido por um amigo (espécie de anjo da guarda). Fui obrigado a concocordar que ele estava certo ao impedir-me, uma vez que eu não tinha experiência absolutamente nenhuma e não sabia sequer entender a linguagem do mar.

Uns dias mais tarde li uma notícia acerca um Kitesurfista experiente que tinha estado a lutar contra a corrente depois de ter deixado cair o Kite num agueiro e por pouco não morreu. Salvou-se porque tinha um colete e uma faca (algo que eu não uso) e conseguiu cortar os fios do Kite. A curiosidade da notícia deveu-se ao facto de ter acontecido no mesmo dia e local onde eu fui impedido de entrar no mar por este meu amigo (velho lobo do mar). As ondas eram realmente enormes, o vento inconstante e de rajada. Nunca deveria ter estado naquele local, pois não tinha noção do que estava ali a fazer. A minha intuição dizia-me que estava a cometer um grande erro, mas o meu ego e espírito de aventura impeliam-me a avançar. Fui salvo (quem sabe) dum destino trágico por total desrespeito ao poder da natureza!

Por esta razão, comecei a questionar alguns amigos que praticam surf acerca das marés, correntes, ondas, etc… Tudo me tem interessado, pois o meu instinto de sobrevivência não me permite praticar desporto em locais que desconheço sem ter a noção do que estou a fazer. São muitos anos de desportos radicais, praticados com consciência, segurança (a maior parte das vezes) e com conhecimento dos limites (a maior parte do tempo).

Segundo os meus amigos entendidos na matéria, a melhor forma de compreender o mar seria ir ao encontro dele! “Tá dito, tá dito…Promessas são para cumprir…”

Lá fomos fazer Bodyboard e surf na Costa da Caparica.

Antes de entrar na água, lembrei-me do que aprendera no Hawaii onde fui passar férias com a família há 15 anos atrás. Era um dos maiores sonhos deste ex-puto (que cresceu junto á praia) conhecer o Hawaii. Os meus país satisfizeram-me o desejo de ir conhecer todas as ilhas do Hawaii. Lembro-me de sonhar ir morar para lá e viver para sempre feliz numa cabana à beira-mar. Durante essa viagem (aqui o puto destravado da altura) não descansou enquanto não inventou uma tábua de esferovite e se atirou para as ondas gigantescas. Foram muitos arranhões, cortes nos corais, conversas com as velhas lendas do desporto e ficou sempre o desejo de praticar surf. Os anos passaram e a única coisa que me impediu de fazer surf, foi a falta de visão (miopia) que não me permita ver bem ao longe. Como não podia usar lentes de contacto na água, o sonho foi-se adiando… Com as maravilhas da cirurgia laser actuais, resolvi esse problema à alguns anos e tenho uma visão acima do normal em ambos os olhos. Iupyi!

Nada me impediu desta feita, de entrar no mar e sentir-me bastante à vontade dentro de água. Iniciei-me pelo Bodyboard e tive muita facilidade em apanhar as ondas, percebi imediatamente como se formavam e para que lado teria de as apanhar, etc.. Tudo parecia simples e natural! O pessoal ficou surpreendido e eu fiquei com a noção que estava a absorver intuitivamente os princípios básicos do desporto e a aplicá-los com muita naturalidade. Como não existe "bela sem senão"… perdi uma barbatana (estava larga de mais) e escapuliu-se para o fundo do mar... Chuinf... Chuinf... Já não dava para continuar a brincar nas ondinhas…

Uma vez que rastejar (bodyboard) nunca foi o meu forte, pedi-lhes uma Longboard emprestada e atirei-me às ondas. As dicas foram reduzidas, pois eles estavam tão concentrados a curtir as ondas, que não ligavam ao principiante que estava a tentar fazer pela vida… Ahahahah!

Deram-me apenas duas dicas: 1º Remas com força com os braços e procuras o ponto de equilíbrio na prancha. 2º Depois de apanhar a onda tentas pôr-te de joelhos e equilibrar-te na onda. Se conseguires isso já não é mau... e ... logo se vê o que fazes a seguir?

Apanhei a minha primeira onda na primeira tentativa e fiquei logo de joelhos na prancha. Na segunda onda estava de pé na prancha. Azar dos azares, estava na hora de ir embora. Da próxima vez, só espero não ficar com tantos cortes nos tornozelos, pois decidi imbecilmente que a melhor forma de sair da água seria pela zona da rebentação junto às rochas. Fui totó e esfolei os tornozelos. Devia levar com um peixe podre nas ventas até ele fazer glu glu… Fui totó e cortei-me todo nos tornozelos.

Sinto-me extremamente feliz, mas sei que a felicidade é uma estação intermédia entre a carência e o excesso. Para mim voar... sempre foi o expoente máximo da liberdade! Nasci livre, com asas e aprendi a voar! Ando agora descobrir que se calhar também tenho guelras para submergir e até para deslizar no mar…

A minha primeira experiência de surf foi interrompida abruptamente… mas… vou certamente repetir muito em breve :-)


“The only way to discover the limits of the possible is to go beyond them into the impossible”.

Arthur C. Clarke

4 Whariúthinqs?:

At 12:52 da tarde Su said...

Confesso que ao chegar a "Uma vez que rastejar (bodyboard) nunca foi o meu forte".. fiquei... hmmm...

Nós não rastejamos, nós atiramo-nos é de cabeça, sem medos ;)

Não entres no surf já com a mania k surf é k é, e bodyboard é para
iniciar! São duas coisas bem diferentes!

E se fores a ver, tens atletas bodyboarders com muito melhores classificações nas competiçoes mundiais k surfistas! Até te digo, considero as manobras no bodyboard muito mais radicais que no surf.

Por cá é só snap snap, floater, snap snap.. enfim!!

 
At 2:32 da tarde Flyer said...

Su,

Desculpa a associação infeliz de palavras que fiz, entre rastejar e bodyboard. Apenas queria referir a minha natural preferência pela posição erecta do surf.

Não tenho a mínima dúvida que não rastejas e que te atiras de cabeça às ondas, sem medos!

Estou sempre pronto a mudar de ideias… Tenho a mente suficientemente arejada para concordar contigo e vou continuar com as minhas experiências de bodyboard e surf, contando sempre com a ajuda dos amigos simpáticos uma vez que não tenho (para já) uma prancha…

Desejos de muitos snaps, floaters, deslizamentos de Skate … etc … e tal. ;-)

Paulo

 
At 10:53 da tarde Su said...

tranquilo ;)

já agora, snap e floater são manobras do surf não do bodyboard, as poucas que se vêm a fazer por cá (era na brinca :) provocação eheheh)

Bjs e tenho a certeza que te vais apaixonar pelo mar, se já não te apaixonaste.... eheheh

 
At 10:53 da tarde Su said...

tranquilo ;)

já agora, snap e floater são manobras do surf não do bodyboard, as poucas que se vêm a fazer por cá (era na brinca :) provocação eheheh)

Bjs e tenho a certeza que te vais apaixonar pelo mar, se já não te apaixonaste.... eheheh

 

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