Após múltiplos pedidos (mais precisamente nenhum), acedi finalmente a publicar um estudo sobre as espécies que habitam o ecossistema Kitesurfistico. Claro que me estou perfeitamente a evacuar para os pedidos, eu escrevo sobre o que muito bem me apetece e agora apeteceu-me, não fiquem a pensar que eu sou sensível a pedinchices!
E sem mais delongas, passemos às espécies:
Crocodilo – Esta espécie surge por causa de um defeito cultural. Este animal quando sente o vento a aumentar projecta-se imediatamente para dentro de água, nem que seja para engolir valentes pirolitos.
Gafanhoto – Espécie agressiva que desenvolveu um instinto para entrar no mar, saltando com o Kite para cima das outras espécies. Os mais radicais costumam acompanhar os saltos com o grito “MOCHE!”.
Metrossexual – Confesso que já vesti por diversas vezes a pele deste animal. É o tipo que não sabe nicles de Kitesurf, mas monta o equipamento topo de gama, para parecer que tem alguma competência. Raramente molha o fato e sabe toda a teoria sobre um desporto que ainda não sabe praticar.
Sardinha enlatada – Esta é muito comum nas praias grandes com extensos areais, sendo constituída por toda aquela massa amorfa de kitesurfistas que tem a preferência por andar a velejar compactada num curto espaço da praia...
Espadachim – Muito comum nas praias nacionais. Esta espécie usa colete salva-vidas, não percebe nada de prioridades e usa o kite de forma a colocar em perigo a integridade física dos seus vizinhos num raio equivalente ao alcance do seu Kite.
Medricas - Também conhecido por assustadiço. Esta é uma espécie que permite alguma diversão. Basta dizer: “Mau, o mar hoje está mesmo perigoso!” Depois é só recostar e vê-los a entrar em pânico. Se tiverem sorte, até conseguem ver alguns a tremer antes de entrar no mar...
Mete nojo – É aquele animal que teima em guardar à sua volta (e por vezes do seu kite) uma área de segurança, mesmo quando é notório que os seus vizinhos mais próximos não controlam minimamente o espaço que ocupam. O mínimo contacto é de imediato brindado com reacções do tipo “tu não me toques, senão ponho-te a cuspir os dentes.” Ou “…mas, eu estou bem aqui ou quê? Arranco-te os … (ditos) à estalada.”
Carente – É um animal tão necessitado de atenção, que jamais consegue largar o seu ex-instrutor de kitesurf. Mesmo tendo acabado o curso há 15-20 anos atrás, ainda se considera um aprendiz com um futuro risonho.
Enguia – Consegue esgueirar-se entre zonas congestionadas de kites, navegando por locais aparentemente impossíveis, procurando normalmente alcançar os locais mais desafogados em termos de fauna. É das poucas espécies que aprecio neste ecossistema!
E pronto, eis encerrado este enorme estudo sobre as espécies do ecossistema Kitesurfistico. Se por acaso quiserem aprofundar mais este tema, façam as vossas próprias investigações, pois quanto a mim, a minha integridade física exige a suspensão imediata e definitiva de todo e qualquer estudo sobre este tema.
Aqui ficam algumas das imagens colhidas a ferros e montadas aleatoriamente, referentes a uma sessão de aulas de kitesurf no passsado Domingo na Fonte da Telha. Se estiverem atentos, podem até apreciar algumas das espécies anteriormente descritas nestas imagens...