Citando Sade: " só nos conhecemos quando encontramos os nossos limites", e isso está certo.
Mas também está errado, porque não é importante conhecer tudo a respeito de nós mesmos, o ser humano não foi feito apenas para buscar a sabedoria, mas também para arar a terra, esperar a chuva, plantar o trigo, colher o grão, obter a farinha, e fazer o pão.
Sou dois seres; um deseja ter toda a alegria a paixão, a liberdade, as aventuras que a vida pode dar. O outro quer ser escrava de uma rotina, das coisas que podem ser planeadas e cumpridas.
Sou a Andorinha e a Viciada no trabalho nos estudos, ambos vivendo no meu corpo, e um lutando contra o outro.
O encontro de uma mulher, consigo mesma é um jogo com sérios riscos, uma dança. Quando nos encontramos, somos duas energias, dois universos que se chocam. Se no encontro não têm o cuidado necessário, um universo destrói o outro.
Por uma Andorinha
Porque eu sou a primeira e a ultima;
Eu sou a venerada e a desprezada;
Eu sou a Prostituta e a santa;
Eu sou a esposa e a virgem;
Eu sou a mãe e a filha;
Eu sou os braços da minha mãe;
Eu sou a estéril, e os meus filhos são numerosos;
Eu sou a bem casada e a solteira;
Eu sou a que dá a luz e a que jámais procriou;
Eu sou a Esposa e o Esposo;
e foi o meu homem quem me criou,
Eu sou a mãe e o pai,
Sou a irmã do meu marido,
e ele é o meu filho rejeitado,
Respeitem-me sempre,
Porque eu sou a escandalosa e a magnífica.
Hino a Isis, sec. III ou IV, descoberto em Nag Hammadi