A perfeição feminina existe. Talvez sim? Talvez não?
Certo dia, julgo ter encontrado a perfeição feminina à primeira vista. Estava no local errado e na pior das circunstâncias, mas ... "ELA" era portadora duma beleza invulgar. Assustava-me o simples facto do seu olhar me deixar fragilizado. De repente, dei por mim a imaginar cenários demasiado invulgares. As minhas ideias loucas, rapidamente se misturaram com o medo angustiante duma eventual aproximação.
Ela servia bebidas naquele bar e cumpria na perfeição a sua função de ser simpática com os clientes. Fiquei encantado e não conseguí de forma alguma desviar o olhar, quando os nossos olhos se encontraram pela primeira vez. Ela quebrou o elo, aceitou o pedido e desapareceu momentaneamente, deixando o doce cheiro do seu perfume no ar.
Procurei insistentemente por ela com o olhar, mas ela teimava em não voltar a aparecer. Resignei-me a constatar que tudo não passara de um reles “Flirt”.
Uma amiga brincava comigo e riamo-nos... De repente, deparo com um olhar fulminante focado em mim! Ela sorria do outro lado do bar, de forma marota e desafiadora. Dirigiu-se a um cliente, serviu-o, sem nunca desviar o olhar de mim. Eu ignorava a minha amiga, excitado com a situação! Era uma espécie de "jogo de seduação sem regras", onde dois estranhos se divertiam.
A noite foi passando com este frenesim de olhares constantes. Algo de estranho se passava e eu não conseguia controlar a reacção instintiva de olhar para ela, mas não sentia qualquer necessidade de comunicar com ela por palavras. Sentia-me estranhamente atraído sempre que ela olhava para mim a sorrir. Os sorrisos foram-se intensificando ao longo da noite, mas nunca trocámos uma palavra!
A certa altura chegou a hora de ir embora e um amigo dirigiu-se a ela e tentou uma aproximação, tal como muitos outros o tinham feito anteriormente. Ela respondeu olhando para mim: "os homens são muito previsíveis". Sorri e não respondi, virei as costas e segui o meu caminho... Olhei para trás uma última vez e ela fez-me um sinal com o dedo a chamar-me. Não fui ter com ela e não me arrependo!
Foi tudo tão perfeito, que se eu tivesse atendido ao chamamento, teria terminado a doce ilusão que guardo comigo! Durante essa noite fui feliz apenas com trocas de olhares e com esse estranho jogo de sedução…
Constatei que: "Ás vezes podem existir situações que não devem ser arruinadas... com acções previsíveis".