Recordações à flôr da pele ...

Uma é simples, a outra complexa.
Uma é pura, a outra sabida.
Uma é meiga, a outra agressiva.
Uma é doce, a outra picante.

Ambas são inesqueciveis por motivos diferentes e por vezes até opostos . Estaria neste momento terrivelmente apaixonado por uma delas ou por ambas, se não fosse o facto de existirem mais mulheres na equação conturbada que é a minha vida sentimental actual.

Na altura em que as reencontrei, confessei a ambas que ainda sentia amor (não correspondido) por uma outra mulher.

Uma não disse nada: Encarou a revelação como um desafio e tentou cativar-me através do jogo do "Toca e foge do Sexo". A certa altura vi-me envolvido numa situação irreal de ameaças de morte dum namorado. Detestei a situação, mas ela explicou-me semanas mais tarde que terminara a relação com o namorado nesse mesmo dia, pois estava farta dele e só queria estar comigo uma vez mais! Depois de todas as peripécias que representam os nossos reencontros ao longo dos anos, continuamos a ser bons amigos à distância. Acaba sempre por resultar muito melhor do que as insanidades que cometemos quando nos aproximamos físicamente.

A outra disse-me: Se a amas, deves lutar por ela! Não deu importância ao facto e passámos dias de sonho e paixão numa praia tropical. Tudo o que vivemos foi inesquecivel, perfeito, livre e descomprometido ... Temos 15 anos de diferença de idades ... sinto-me maravilhado com a inocência e carinho dela e ela fascinada com as coisas que lhe consigo transmitir sobre a minha experiência de vida radical. Existe amor entre nós, mas é uma espécie de amor que conseguimos saciar quando estamos juntos e que não nos faz diferença quando nos afastamos ...

Tenho muita saudade de ambas, mas reconheço que a distância física não ajuda este (ou outro qualquer) eventual-possível-amor-impossível! Apenas o tempo poderá reavivar os sentimentos ..., ou ... Não!

Guardo recordações de todas estas mulheres nas letras destas músicas ...




Nickleback - Far Away








Limp Bizkit - No Sex


Com elas relembrei-me de algo que já sabia: Não devo julgar a maioria dos desvios cometidos pelas pessoas, pois estes não decorrem duma natureza essencialmente maldosa, mas por vezes duma total ignorância emocional a respeito do que é ético. Pessoalmente, procuro acreditar que cada um é responsável por si e tento (nem sempre consigo) deixar de fazer julgamentos sobre os outros ou de mim próprio. Tudo o que me acontece não é originado pelo acaso, e cabe-me a mim aprender com as situações e fazer o melhor que posso no exacto momento e no lugar em que me encontro. Procuro não culpar os outros, pois isto apenas desvia a minha atenção e energia da oportunidade de aprender com aquilo que o acontecimento me proporciona. Desta forma acabo por deixar de ser vítima e sou capaz de criar a minha própria vida, aceitando os altos e baixos inerentes, sem me importar demasiado com aquilo que fazem ou pensam os outros.

A razão daquilo que eu chamo "descontrole emocional" em que por vezes vagueio, acaba por ser mais uma prespectiva diferente de encarar a minha realidade. Percebo que sou exactamente igual a tantos outros, que talvez não cometa exactamente os mesmos erros, mas que os erros não são piores nem melhores que os deles. O mundo é um reflexo de mim e acabo por ser apenas mais um reflexo do mundo. Entendo que se mudar um pouco a cada dia, sou capaz de melhorar o meu mundo.
O leque de opções é brutal para quem tem este desejo de mudar. É preciso tomar opções, arriscar a abandonar aquilo que faço rotineiramente e até por vezes ir em busca de sonhos melhores, custe o que custar.

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