Quando olhamos o nosso mundo visto de cima, não há fronteiras, não há diferenças entre raças. Tudo é apenas um grão de areia e farinha dentro do mesmo saco. Lá de cima, as manipulações por amor, dinheiro ou poder perdem todoa importância. Visto do alto, o planeta Terra cabe na palma da nossa mão e os problemas são apenas "poeira no espaço". Todos deveriam tentar olhar o mundo de cima pelo menos uma vez na vida, principalmente quando nos atolamos em dramas e ficamos presos na areia movediça do nosso Ego. Ao olhar de cima, os desentendimentos entre amigos e amantes parecem simplesmente brigas de criança. Os motivos que nos levam a fazermos asneiras tornam-se simplesmente numa grande asneira. Aquilo que não nos deixa dormir em paz, torna-se apenas numa vaga lembrança. Mas nem todos querem olhar de cima, como diria o cantor Seal em sua canção”Crazy”:

Num mundo cheio de gente, somente algumas pessoas querem voar, isso não é loucura? Sim, é uma loucura, pois mesmo embora não sejamos pássaros, podemos voar e tentar ver as coisas de cima, basta deixar as mágoas de lado e o “ego ofendido” para perceber que todos somos culpados e inocentes e não precisamos culpar um "Judas" para arrumarmos o nosso quintal.

Basta voar um bocadinho além do nosso orgulho ferido e das nuvens, e olhar para baixo para ver como o que era gigante se tornou formiga. Como formiguinhas, juntamos uma enormidade de conflitos emocionais e transformamos as nossas vidas num enredo de novela só pelo prazer de perder, ganhar e tornar a perder e ganhar. Isso não é loucura?

É fácil falar, dirão os “ realistas”, mas garanto que isso também é fácil de fazer, basta desistir de querer ganhar sempre e perceber que não há vitória quando o outro perde, que não há sucesso enquanto o outro definha, que não há motivo para usar os outros como escada para escalar as nossas montanhas. Difícil é não desejar sempre estar certo; complicado é não querer sempre ter a última palavra sobre algo.

Olhar o nosso mundo de cima, é perceber que a nossa consciência vai além dos limites do nosso corpo. A nossa consciência faz parte do corpo do outro e vai muito além do nosso quintal, expandindo-se para o lado, para o alto e para o infinito. Essa expansão da alma ocorre quando percebemos que os nossos olhos podem ver além do nosso ponto de vista, para vermos o mundo como um palco onde o actor pode, por vezes, parar de actuar e acreditar no drama, para ver as coisas como elas são realmente; afinal ele é maior que a personagem. Reduzindo o alcance do ego, a alma tem o tamanho do universo!

Texto de Frank Oliveira

0 Whariúthinqs?:

Enviar um comentário


Copyright 2008 | Paulo Reis